quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Incostante Constantina

Mais um dia na vida de Constantina.
Acorda, liga o computador, lê o jornal online com um grande copo de 500ml ao lado direito, um cigarro no cinzeiro do lado esquerdo e os óculos para miopia enfeitando a cabeça como um arco.

São 10:50 de uma manhã quase tarde, hora em que sua mente deveria estar concentrada em conceber soluções criativas para um novo projeto que não anda muito bem das pernas.

Mas, toda sua atenção é roubada a cada dois segundos pelos sons, infernalmente sincronizados de britadeiras e cerras elétricas, que entram pelas janelas de seu apartamento, localizado num bairro muito tranqüilo do Rio de Janeiro. Apartamento este, que quando alugou foi diante da promessa do locador de só ouvir um som. Nenhum.

Pois bem, diante da algazarra das máquinas em sua Have do meio-dia, Tina, carinhosamente chamada por seu marido, rendeu-se ao mau humor e à cefaléia. Seu projeto já estava pior do quando começou a concertá-lo, o café acabado e cinco maços de cigarros ainda fechados em cima da escrivaninha, herdada de sua avó Consuelo.

Recostou-se em sua cadeira de palha, que fazia um barulho inconfundível de velhice, fechou os olhos e imaginou-se num lindo sítio tranqüilo e silencioso. E de repente já estava resolvido, na mesma semana mudou-se para lá. Mas o que considerava impossível aconteceu.

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso é uma estória e vc vai continuar, ou é o desabafo de uma mulher que cansou da vida moderna e foi morar no interior?!

Débora Dezerto disse...

Vou continuar...

Junior disse...

Acho que são os dois...

Isso me faz pensar em muitas coisas, nas coisas mais simples...

Anônimo disse...

nas coisas simples da vida que podem, e em sua grande maioria trazem, felicidade e deixamos passar despercebido....

)o( Vivi Wërnëck )o( disse...

Debby vc precisa sair mais d casa! rss... Muito bom! bjs