domingo, 5 de outubro de 2008

Inconstante Constantina - Parte II

Parte II

Depois de se mudar para o sítio com seu marido, cachorro e um casal de chinchilas, Constantina imaginava ter resolvido seus problemas sonoros. A primeira semana foi bem promissora. Acordava, tomava café na varanda apreciando o verde e alguns micos e passarinhos que já moravam lá antes dela chegar, lia o jornal e até conseguiu terminar o esquema de um de seus projetos literários.
Árvores simetricamente plantadas perto dos muros, dois metros e meio de distância uma da outra, formavam um imenso cinturão de mangueiras de todas as espécies em volta do terreno. Um lindo jardim de folhagens contornava um pequeno lago artificial localizado ao lado esquerdo da casa branca cheia de janelas, que ficava no centro da chácara.
O cachorro corria belo e formoso pelo jardim, e não necessitava ser levado para passear e resolver seu esvaziamento intestinal. As chinchilas continuavam na gaiola e Constantina feliz, esperava o marido voltar do trabalho.
Ótimo não é? Pois é. Ela achou também.
Passaram-se oito dias e meio até Constantina começar a não gostar tanto assim do lindo “Sítio Canto Pires“. Exatamente ao meio dia do nono dia alguns aspectos (e não espectros) negativos chamaram sua atenção.
Não tinha dado muita importância antes, mas todos os dias mais ou menos naquele mesmo horário ela sentia uma leve e constante dor de cabeça, que se arrastava até as quatro horas da tarde. Constatando a assiduidade do incômodo, procurou saber o motivo. Verificou se deixara o gás ligado após fazer o café, apertou os ossos da face para diagnosticar uma provável sinusite, tomou remédio para o fígado, até limpou os óculos caso estivessem sujos fazendo-a forçar a vista, mas não era nada disso.Com a busca pela causa misteriosa, a pequena dor de cabeça de Constantina transformara-se em uma bruta enxaqueca. Já pessimista foi até o quintal, procurar lá um motivo já que dentro da casa não obtivera sucesso. Gostaria de descrever quão pior, esta iniciativa foi para sanidade mental de Tina. Uma imensurável rajada de luz solar entrou pelos seus olhos desprotegidos e acostumados ao escurinho do interior da casa. Imediatamente Constantina viu o anjo da loucura vindo em sua direção e arrastando-a para o hospício.

3 comentários:

Anônimo disse...

A pessoa sai da cidade a procura de paz e encontra o anjo da loucura vindo em sua direção e arrastando-a para o hospício. pqp!!! to ficando com medo do campo agora.... hauhauhau

Débora Dezerto disse...

Você tá brincando né Fabiana??

Anônimo disse...

gentee, tô adorando!!

ela enlouqueceu no "novo mundo", néam? ou, sei lá, na nova perspectiva do mundo (achei filosófico rsrs)

beijooo